Renault Portugal sozinha no incentivo ao abate de veículos “velhos”

Manter as quotas de mercado nos níveis actuais, em redor dos 15%, e alcançar um peso de 10%, pelo menos, nas vendas totais dos modelos eléctricos e híbridos.

São estas as duas ideias-chave retiradas do plano estratégico para 2020, apresentado esta quarta-feira, em Óbidos, pela Renault Portugal.

Por um parque automóvel mais jovem

O ECO Plan revela-se, assim, como um programa inédito e cheio de ambição para uma mobilidade mais sustentável no nosso país.

Distribuído por cinco linhas de força, é o plano ECO Abate aquele que merece maior destaque dentro da estratégia, principalmente porque a Renault Portugal surge como o único grupo automóvel nacional a promover o abate de veículos em fim de vida no nosso país.

Dirigido exclusivamente a clientes particulares, o plano pressupõe um incentivo financeiro à aquisição de viaturas novas, independentemente do modelo ou da motorização, contra a entrega de um carro com 12 ou mais anos.

São 3 mil euros o apoio à compra de um Renault 100% eléctrico, onde o Zoe é o porta-estandarte da marca, descendo para 2 mil se for um modelo híbrido.

Estes dois incentivos financeiros são acumuláveis com outros apoios que possam ser dados pelo Estado, bem como outras campanhas promocionais que a marca venha a desenvolver ao longo de 2020.

O apoio financeiro diminui para 1750 euros caso seja comprado um modelo a gasóleo, sendo de 1250 euros se se tratar de um veículo a GPL. Para os modelos equipados com propulsores a gasolina, o incentivo é de apenas 1000 euros.

Com estes incentivos, a Renault Portugal pretende ter um papel relevante no rejuvenescimento do parque automóvel nacional, cuja idade média de vida atinge os 12,7 anos no segmento dos ligeiros de passageiros.

No que à Dacia diz respeito, marca que também integra o portefólio da gama proposta pela Renault Portugal, os valores de incentivo ao abate resumem-se a 800 euros para um modelo a gasolina, baixando para 600 euros se for uma viatura a GPL, e 450 euros para um veículo a diesel.

Via Verde oferecida com 200 euros

Integrado no ECO Plan está também uma campanha específica para a aquisição do Renault Zoe.

O plano Classe Zero compreende a oferta do dístico da Via Verde, já carregado com 200 euros, a todos os clientes que adquiram este ano o modelo 100% eléctrico da marca.

A medida estende-se ainda aos cerca de 200 clientes particulares que já o "conduzem" nas nossas estradas.

O "ataque" à electrificação do parque automóvel nacional é também reforçado pelo aumento do número de pontos de carregamento de viaturas eléctricas.

A Renault irá reforçar a oferta nacional já existente no nosso país com a montagem de 60 postos em estabelecimentos da sua rede de concessionários no continente e nas ilhas.

Os postos, que serão de acesso público (e não apenas aos proprietários de modelos da marca francesa) serão todos de carga acelerada (22kW) e de carga rápida (43 kW).

Outro ponto do plano estratégico será o avanço, para clientes particulares, de produtos próprios de aluguer operacional para todos os modelos Renault e Dacia.

Liderança nacional para reforçar

A comandar o mercado nacional nos últimos 22 anos, a Renault fechou 2019 com 37.007 veículos ligeiros de passageiros e comerciais vendidos, a que corresponde uma quota de 14,11% das 262.553 viaturas comercializadas no nosso país.

À frente das 29.014 viaturas ligeiras vendidas (12,96% de quota do mercado nacional) está o Renault Clio, pelo sétimo ano consecutivo, com 10.649 unidades, seguido da primeira geração do Captur, com 7.370 exemplares, tendo o ‘crossover’ sido o terceiro modelo mais vendido.

No segmento dos comerciais ligeiros, venderam-se 7.993 unidades, correspondente a uma quota de mercado de 20,79%.

A Dacia fechou 2019 com 6.851 unidades vendidas, atingindo uma quota de 2,6%, com especial destaque para o ‘crossover’ Duster.

Quanto ao desportivo Alpine A110, os 24 exemplares vendidos em 2019 juntam-se aos dez que foram comercializados no ano anterior.

Para o administrador-delegado da Renault Portugal, "2020 será um ano ainda mais desafiante, devido aos condicionalismos associados ao CAFE (Corporate Average Fuel Economy)".

Fabrice Crevola sublinha que, ao obrigar as marcas a respeitarem um limite máximo de emissões de dióxido de carbono na gama que vendem na Europa, a Renault Portugal irá reforçar a aposta estratégica nos modelos eléctricos.

"Para 2020, manter a representatividade da Renault no mercado português e realizar, pelo menos 10% das vendas totais com modelos eléctricos e híbridos, são os objetivos que fixámos para a marca".

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